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ISO 9001: investimento para a maturidade do negócio

Tempo de Leitura: 3 minutos

Ronaldo Costa, autor do Qualiblog, mais visitado blog sobre sistemas de gestão da qualidade do Brasil, afirma que “a ISO 9001 é um investimento para a maturidade do negócio, se for levada a sério e com o devido empenho”. Ele diz ainda que “a sua importância está na sobrevivência e no crescimento da empresa, ou no desejo do empresário de que seu negócio seja próspero e alcance novos e maiores horizontes”.

Leia abaixo a entrevista completa.

Na sua visão, quais os benefícios da implementação da ISO 9001 no curto e no longo prazo para micro e pequenas empresas? Em outras palavras: porque implementar a ISO 9001 é importante?

No curto prazo a implantação da ISO 9001 permite melhor controle da qualidade do produto ou serviço e também da performance dos processos, o que equivale a dizer que ela oferece uma visão mais realista do que ocorre na empresa.

Isto permite que, no longo prazo, os processos sofram melhorias e amadurecimento, traduzindo-se em melhor confiabilidade e valor agregado para o cliente, que poderá contar com um fornecedor confiável; e, claro, isso será refletido no mercado como um incremento de oportunidades de negócio. Para que esse ponto de vista seja real na empresa, é importante que a qualidade seja efetivamente considerada como fator estratégico e importante.

Muitos empresários têm na mente a ideia de que implementar um sistema de gestão da qualidade é um negócio burocrático, complicado etc…

Apesar de acharem que a ISO 9001 é muito complicada e cara para empresas de pequeno porte, isto não é verdade. Ela no fundo é um investimento para a maturidade do negócio, se for levada a sério e com o devido empenho. Sua importância está na sobrevivência e no crescimento da empresa, ou no desejo do empresário de que seu negócio seja próspero e alcance novos e maiores horizontes.

A burocracia, ou a imagem que ficou de que a ISO 9001 é burocrática, vem da versão de 1994, onde ficou célebre a frase “faça tudo o que escreveu e escreva tudo o que faz”. De fato nessa versão era necessário uma infinidade de documentos, procedimentos para tudo, muito papel… Hoje é diferente! Um SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade) enxuto é possível e pode até ser muito melhor, já que a norma exige apenas seis procedimentos e o Manual da Qualidade. Boa parte dos registros já existe naturalmente na empresa e os demais podem ser facilmente implementados como parte da mudança.

Para pequenas empresas eu recomendo dividir esse projeto em duas partes: a implementação e a certificação, dando-se total atenção ao processo de implementar a norma numa primeira etapa e, após absorverem essa nova forma de trabalhar, cada empresa a seu tempo, buscar a certificação. Será bem menos estressante implementar um SGQ sem visar ao certificado, que depois virá como um passo natural no amadurecimento da empresa.

Como e quando começou a trabalhar com qualidade? Conte um pouco da sua trajetória profissional.

Comecei a trabalhar em qualidade em 1999, e a porta de entrada na área para mim foi o setor de Metrologia. Em pouco tempo me envolvi no projeto de adequação à versão 2000 da ISO 9001. Tudo era novidade para mim naquela época e estava cheio de dúvidas, mas a empresa percebeu meu interesse e investiu na minha formação. Disseram que eu tinha uma facilidade inata para entender a norma (risos), mas na verdade eu buscava o máximo possível de informação com pessoas mais experientes.

Desde aquela época eu concluí que desmistificar a Qualidade, falando de uma forma simples e acessível, podia ser útil a muita gente (inclusive a mim). Daí, quando julguei ter bagagem suficiente em termos de interpretação da norma e desejando ter mais oportunidade de adquirir e trocar conhecimento, decidi abrir o Qualiblog; que, no início, era uma experiência sem maiores objetivos que a troca de idéias, mas que me surpreendeu por encontrar eco entre os profissionais da área.

Daniela Albuquerque

Diretora Técnica na Templum Consultoria

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