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A nova versão da FSSC versão 5 do esquema de certificação da FSSC foi publicada no 3 de junho de 2019.

Essa atualização foi necessária devido que o esquema está baseado na norma ISO22000, e ela foi revisada em junho de 2018. Dessa forma era necessário que o regulamento que rege as certificações FSSC fosse alinhado à nova versão da ISO.

Outra situação que motivou a atualização do esquema foi a integração dos requisitos de qualidade no escopo de certificação de segurança de alimentos, e a necessidade de atender os diretrizes do GFSI versão 7.2., já que o GFSI regulamenta todos esquemas de certificação em segurança dos alimentos mundialmente reconhecidos, incluindo BRC, IFS, SQF, FSSC, entre outros.

Todas as organizações já certificadas, sem exceção, serão auditadas na nova versão entre 01/01/2020 e o 31/12/2020.

A boa notícia é que por conta por conta das mudanças essas auditorias não poderão ser surpresa.

Os requisitos auditados para a certificação no esquema FSSC 22000 continuam sendo a soma dos requisitos da ISO 22000 mais os requisitos da ISO/TS e mais os requisitos adicionais do esquema. Embora, a maioria deles não foram alterados na sua essência, outros, como os que definem o sistema de gestão, sofreram mudanças significativas nas exigências e precisaram de muita atenção para ser atendidos.

Mas em nosso post de hoje não abordarei os requisitos que as organizações devem implementar, pois é um assunto que já falamos em anteriormente: ISO 22000: O que há de novo (Parte 1). Hoje comentarei sobre mudanças no regulamento que impactam no processo de auditoria e podem tomar por surpresa as organizações que passarão pela transição para a nova versão no próximo ano.

O novo esquema de certificação nova versão da FSSC consta de 6 partes

Cada uma delas descreve as diretrizes para as diferentes partes envolvidas, a continuação explicarei brevemente as mudanças mais importantes.

A Parte 1

É uma síntese do esquema de certificação, e trouxe como principal mudança a definição mais detalhada das categorias de empresas da cadeia alimentar onde o esquema de certificação aplica.

Também traz a proibição sobre a utilização de alguns termos no escopo de certificação, como por exemplo: produtos livres de alérgicos, alimentos funcionais, livre de glúten, produtos orgânicos, e o motivo disso é muito coerente, pois a FSSC certifica sistemas de gestão em segurança de alimentos e não produtos.

Parte 2

Inclui os requisitos adicionais para as organizações que serão auditadas, aqui a versão 5 apresentou mudanças pouco expressivas quando comparada com a versão anterior, a 4.1. Por exemplo na gestão de serviços, o requisito ficou mais resumido; agora, somente faz referência a assegurar a competência dos laboratórios de análises externos, isto se deve a que a nova ISO 22000:2018 incluiu a gestão de serviços fornecidos externamente na cláusula 7.1.6.

Parte 3

A principal mudança foi o cálculo de tempo de auditoria, essa mudança não terá impacto significativo nas empresas que procuram a certificação, mas será a base para que os organismos certificadores aperfeiçoem o planejamento das auditorias.

Outra novidade são os novos prazos para a resolução das não conformidades menores, maiores ou críticas identificadas na auditoria.

As não conformidades classificadas como menores requererão que as ações imediatas e as ações corretivas sejam aprovadas e encerradas dentro dos 3 meses após finalizada a auditoria. Por outra parte, o organismo certificador pode exigir da empresa um prazo menor para a resolução de este grupo de não conformidade. Nas versões anteriores do esquema, era comum a empresa certificada encerrar as não conformidades somente na seguinte auditoria externa, após um ano da constatação o desvio.

Para não conformidades maiores o seguimento das ações corretivas e contenções imediatas terá que ser fechado dento dos 28 dias a partir do último dia de auditoria. Já para as não conformidades críticas, além de custar a suspenção do certificado por um período máximo de 6 meses, a organização terá um prazo de só 14 dias após a auditoria para a resolução do desvio. Além disso, a organização deverá passar por uma nova avaliação do organismo certificador de, no mínimo, um dia para verificar a implementação das ações corretivas. Essa auditoria de follow up terá que ocorrer entre 6 semanas e 6 meses após a última auditoria

A última mudança importante que comentarei nesse post que pode tomar por surpresa a quem procura cursos de capacitação no esquema FSSC, é a inclusão de condições para as organizações de formação licenciadas, esses requisitos descrevem diretrizes em relação à licencia, à competência dos treinadores e ao ambiente e recursos necessários.

Faça download do esquema de certificação atualizado no seguinte link: https://www.fssc22000.com/scheme/scheme-documents/

Patricia Moyano

Formada em Microbiologia pela UNRC na Argentina, e apaixonada pela inocuidade dos alimentos. Diplomada em MBA de Negócios e Empreendedorismo pela UFJF-MG, Especialista em Segurança de Alimentos e auditora líder FSSC 22000 pela SGS Academy. Possui mais de 8 anos de experiência na gestão da qualidade e segurança dos alimentos.