A norma ISO 9001:2015 entra em sua 5ª edição assumindo de vez a sua posição estratégia, que antes era apenas uma recomendação no capítulo introdutório da norma com a indicação: “Convém que a adoção de um sistema de gestão da qualidade seja uma decisão estratégica de uma organização[1]”. Hoje, essa mesma frase no capítulo introdutório já demonstra a grande vocação dessa norma: “A adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica para uma organização[2]”.
Por se tratar da primeira frase da norma (item 0.1) entendemos que o foco estratégico será afirmado durante todo o texto da norma e é isso mesmo que acontece já no primeiro capítulo de requisitos a serem implementados, que é o 4 – Contexto da Organização, formado pela análise de 04 pilares – Organização, Partes Interessadas, Escopo e Processos. E a mensagem que esse capítulo traz é:
Uma empresa só conseguirá implementar um sistema de gestão eficaz se ela conhecer profundamente as questões internas e externas que interferem o seu ramo de atuação, se entender quais são as partes interessadas que compõe o negócio, qual é a sua abrangência de atuação e como os processos se relacionam.
Mas vamos com calma, pois temos aqui muitos pontos a serem discutidos e por isso nesse post vamos nos concentrar no requisito 4.1 – Entendendo a organização e seu contexto. Esse capítulo, apesar de intenso, tem apenas 02 frases:
“A organização deve determinar questões externas e internas que sejam pertinentes para o seu propósito e para seu direcionamento estratégico e que afetem sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos de seu sistema de gestão da qualidade. A organização deve monitorar e analisar criticamente informação sobre essas questões externas e internas”.
Esse requisito traz à tona algumas discussões muito conhecidas nas matérias de administração de marketing e estratégia empresarial, que é a análise do macroambiente (questões internas) e microambiente (questões internas).
A análise do ambiente interno e externo faz com que a empresa conheça todas as forças que afetam a sua capacidade de administração e torna todas as ações de mudança frente às tendências apresentadas mais ágeis.
Mas como fazer essas análises?
Existem diversas técnicas no mercado que podem lhe auxiliar nessa tarefa, sendo a Matriz SWOT a mais conhecida e que atende a análise dos dois ambientes. Veja nesse post como elaborar uma matriz SWOT.
Mas tome cuidado, pois nesse momento encontra-se uma grande cilada que muitas empresas caem quando começam a elaborar seu planejamento estratégico: Elaborar uma Matriz SWOT não significa que você possui um direcionamento estratégico e nem quer dizer que todos os pontos fracos e ameaças precisam ser trabalhadas imediatamente.
A Matriz SWOT, bem como qualquer outra ferramenta escolhida para análise do ambiente de negócios precisa ser analisada criticamente para encontrar o direcionamento estratégico a ser seguido e o plano de ação deve ser elaborado conforme o direcionamento estratégico e não sobre todos os pontos fracos e ameaças.
Uma técnica muito interessante para ajudar na priorização dos fatores que foram considerados na análise do ambiente e assim identificar a postura estratégica a ser adotada é o método GUT.
Mas nesse ponto temos uma pergunta comum: Minha empresa já tem planejamento estratégico, o que fazer?
Nesse caso é necessário revisitar o plano elaborado, analisa-lo criticamente para verificar se continua pertinente, considerando as questões internas e externas atuais e reafirmar seu direcionamento estratégico e esperar pelos próximos posts que abordarão como o direcionamento estratégico afetará diretamente todos os outros requisitos da norma!
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