1. Estrutura e Terminologia – ISO 9001 2015
A estrutura das seções da ISO 9001 2015 foram alteradas para melhorar o alinhamento com outras normas de sistemas de gestão, que a partir de agora, com exceção do capítulo 08 possuem textos idênticos.
Apesar das normas ISO serem muito parecidas em termos estruturais, elas não são exatamente padronizadas, o que dificulta um pouco a vida das empresas que desejam implementar sistemas de gestão integrados, como a ISO 9001 + ISO 14001, por exemplo.
Diante desse fato, a ISO decidiu adotar um padrão para criação e revisão dos sistemas de gestão, o famoso Apêndice SL, documento que harmoniza texto, termos e definições.
A nova estrutura da ISO 9001 2015 é:
- Introdução
- Escopo
- Referência normativa
- Termos e definições
- Contexto da organização
- Liderança
- Planejamento
- Apoio
- Operação
- Avaliação de desempenho
- Melhoria
2. Produtos e Serviços
A revisão da linguagem usada é importante para evitar dúvidas clássicas. Por exemplo, a ISO 9001 utiliza o termo “produto” para se referir a um serviço ou produto. Muitos empresários que trabalham com prestação de serviços ficavam com dúvidas se a ISO 9001 é aplicável a suas empresas, pois a norma não mencionava serviços, somente produtos. Agora, essa dúvida fica esclarecida, pois a norma começou a mencionar “produtos e serviços” para todos os tipos de saídas, seja um produto tangível, serviços, software e materiais processados.
A inclusão específica de “serviços” tem a intenção de enfatizar as diferenças entre produtos e serviços na aplicação de alguns requisitos. A característica de serviços é que pelo menos parte da saída é realizada na interface com o cliente. Isso significa, por exemplo, que conformidade com requisitos não pode necessariamente ser confirmada antes da entrega do serviço.
Saiba também: O passo a passo para certificação ISO 9001
3. Entendendo as necessidades e expectativas das partes interessadas
A ISO 9001 2015 especifica requisitos para a organização determinar as partes interessadas que sejam pertinentes para o sistema de gestão da qualidade e os requisitos dessas partes interessadas.
O conceito de partes interessadas se estende além de um foco exclusivamente no cliente. As partes interessadas pertinentes são aquelas que fornecem risco significativo para a sustentabilidade organizacional se as suas necessidades e expectativas não forem atendidas.[1]
Não há requisito nesta Norma para a organização considerar partes interessadas onde ela decidiu que aquelas partes não são pertinentes para seu sistema de gestão da qualidade. Cabe à organização decidir se um requisito particular de uma parte interessada é pertinente para seu sistema de gestão da qualidade.
4. Mentalidade de Risco
O conceito de mentalidade de risco estava implícito até a versão 2008 por meio de requisitos para planejamento, análise crítica e melhoria. A versão 2015 especifica requisitos para a organização entender seu contexto e determinar riscos com uma base para o planejamento. Isto representa a aplicação da mentalidade de risco ao planejamento e implementação dos processos do sistema de gestão da qualidade e vai auxiliar na determinação da extensão de informação documentada.
Um dos propósitos chave de um sistema de gestão da qualidade é atuar como uma ferramenta preventiva. Consequentemente, a seção sobre ação preventiva deixa de existir na versão 2015. O conceito de ação preventiva é expresso por meio do uso de mentalidade de risco na formulação de requisitos de sistema de gestão da qualidade.
Porém, apesar da norma especificar que a organização deve planejar ações para abordar riscos, não há uma indicação de métodos formais para gestão de riscos ou um processo de gestão de risco documentado. As organizações podem decidir desenvolver ou não uma metodologia de gestão de risco mais extensiva que o requerido por esta Norma, por exemplo, através da aplicação de outra norma ou diretriz.
5. Aplicabilidade
Esta Norma não se refere a “exclusões” em relação à aplicabilidade dos seus requisitos ao sistema de gestão da qualidade. Todavia, uma organização pode analisar criticamente a aplicabilidade de requisitos devido ao porte ou complexidade da organização, ao modelo de gestão que ela adota, à variedade das atividades da organização e à natureza dos riscos e oportunidades que ela encontra.
Os requisitos para aplicabilidade são abordados no item escopo, os quais definem condições sob as quais uma organização pode decidir que não é possível aplicar um requisito a qualquer dos processos dentro do escopo de seu sistema de gestão da qualidade. A organização pode somente decidir que um requisito não seja aplicável se sua decisão não for resultar em falha em alcançar conformidade de produtos e serviços.
6. Informação Documentada
Como parte do alinhamento com outras normas de sistema de gestão, um capítulo comum sobre “informação documentada” foi adotada sem alteração ou acréscimo significativos em relação à ISO 9001:2008.
Consequentemente, “informação documentada” é usada para todos os requisitos de documento. Onde a ISO 9001:2008 usou terminologia específica como “documento” ou “procedimentos documentados”, “manual da qualidade” ou “plano da qualidade”, esta edição desta Norma define requisitos para “manter informação documentada”.
Onde a ISO 9001:2008 usou o termo “registros” para denotar documentos necessários para prover evidência de conformidade com requisitos, isso agora é expresso como um requisito para “reter informação documentada”. A organização é responsável por determinar qual informação documentada precisa ser retida, o período de tempo pelo qual ela deve ser retida e o meio a ser usado para sua retenção.
Um requisito para “manter” informação documentada não exclui a possibilidade de que a organização possa também precisar “reter” essa mesma informação documentada para um propósito particular, por exemplo reter versões anteriores dela.
Onde esta Norma se refere a “informação” em vez de “informação documentada”, não há requisito para que essa informação seja documentada. Nessa situação, a organização pode decidir se é ou não necessário ou apropriado manter informação documentada.
7. Conhecimento Organizacional
A versão 2015 da ISO 9001 aborda a necessidade de determinar e gerenciar o conhecimento mantido pela organização, para assegurar que ela pode alcançar conformidade de produtos e serviços.
Requisitos relativos a conhecimento organizacional foram introduzidos com o propósito de salvaguardar a organização de perdas de conhecimento e encorajar a organização a adquirir conhecimento.
Quer Implementar ISO 9001: Converse com um Especialista e entenda se a ISO 9001 serve para sua empresa
8. Controle de Processos, produtos e serviços providos externamente
Todas as formas de produtos e serviços providos externamente, como a compra de um fornecedor, um arranjo com uma companhia associada, processos de terceirização para um provedor externo são abordadas na nova versão.
A terceirização sempre tem a característica essencial de um serviço, uma vez que ela terá pelo menos uma atividade desempenhada necessariamente na interface entre o provedor e a organização. Os controles requeridos para provisão externa podem variar largamente dependendo da natureza dos produtos e serviços. A organização pode aplicar mentalidade de risco para determinar o tipo e extensão de controles apropriados para provedores externos e produtos e serviços providos externamente particulares.
Planilha – Mapeamento de Processos
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[1] Anexo A – ABNT NBR ISO 9001:2015
Bom dia. Aqui é o Júlio de Sorocaba/SP. Sou professor de Qualidade em escola profissionalizante. Um dos módulos que leciono é Auditor Interno da ISO 9001:2008. Gostaria de saber onde consigo o documento com a Estrutura (Seções 4,5,6,7 e 8) já revisada (ISO 9001:2015), para que possa adequar a nossa apostila.
https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345041
Show de bola a abordagem. Sou Engenheiro de Qualidade, caso você tenha grupos de estudo ou debate, coloco-me a disposição para participar.
Olá Fulvio, boa tarde!
Nós temos um curso prático de transição que possui uma sessão de tira-duvidas semanal. As informações desse treinamento estão disponíveis no link: https://templum.com.br/cursos/transicao-iso-9001-para-rds/.
Conto com a sua participação! Atenciosamente,
Daniela Albuquerque
Muito bom, de forma resumida abordou as principais alterações
Obrigada pelo feedback Andréa. Fique sempre atenta às novidades do nosso blog!
Olá, gostaria de saber se é possível encaminhar o arquivo em PDF da Iso, estamos estudando implantar no Corpo de Bombeiros do Paraná.
Olá Gabriel, bom dia!
Que ótima notícia. Será um case muito inovador a implementação de um sistema de gestão no corpo de bombeiros, mas infelizmente não podemos disponibilizar o texto da norma, uma vez que controlado pela ABNT. Sugiro que faça a compra da norma no endereço: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=345041
E por favor, conte-nos sobre a experiência de vocês nessa jornada!
Atenciosamente,
Daniela Albuquerque
Olá, adquiri o livro ISO 9001:2008, da editora atlas; dessa forma pergunto, vale a pena a leitura ou ficarei muito desatualizado?
Olá Jonathas, boa tarde!
A ISO 9001 em sua versão 2015 teve uma mudança de foco muito grande, então se o seu objetivo é entender sobre a ISO 9001, realmente essa leitura não será muito propícia, pois terá alguns conceitos que não são mais utilizados e ainda pode causar confusão ao entender a nova versão.
Mas, se já conhece a versão 2015, pode ter alguns esclarecimentos interessantes em como atender os requisitos que não sofreram ou sofreram poucas alterações, uma vez que a versão 2008 é mais prescritiva do que a versão atual, ok?!
Espero poder tê-lo ajudado!
Atenciosamente,
Daniela Albuquerque
Bom dia!!!
Gostaria de uma ajuda quando falamos no item 6 da versão 2015 que se trata de planejamento de riscos e oportunidades seria algo como FMEA para controle dos itens que possam causar risco ao sistema de gestão da Qualidade ou pode ser algo mais simples???
Bom dia!
Gostaria de saber se o documento E.T.F. (Especificação Técnica do Fornecedor), documento que contém as especificações de forma detalhada do produto, para a ISO 9001-2015, a apresentação desse documento é de cunho obrigatório como evidência?
Grato.
Olá Paulo,
A evidência das especificações de produto para o fornecedor continua obrigatória na nova versão da ISO 9001.
Espero poder ter ajudado.
Atenciosamente,
Daniela Albuquerque
Boa tarde
Trabalho em uma empresa e sou resposavel pelo almoxarifado, gostaria de saber como fazer o meu setor passar com qualidade da auditoria da ISO 2008 e 2015 que terei em maio?
Sou novo na empresa e estou montando o almoxarifado começando do Zero.
Olá Ricardo, seja bem vindo em nosso blog!
Parabéns pelo seu novo trabalho e pelo novo desafio. Sobre a auditoria, não existe uma receita de bolo, pronta, pois cada empresa tem o seu próprio sistema de gestão, único e compatível com a realidade da empresa, então no seu caso, sugiro que converse com o responsável pela implementação da ISO 9001 em sua empresa que o ajudará na resposta das suas dúvidas.
Boa Sorte e bem vindo ao mundo da qualidade 😉
Daniela Albuquerque
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